quinta-feira, 22 de outubro de 2009

ESPORTE


Em sua primeira entrevista após deixar o comando da África do Sul, Joel Santana adotou a diplomacia. Preferiu não criticar dirigentes, jornalistas, jogadores e comparou a rescisão de contrato ao fim de um relacionamento. "Futebol é como o amor", filosofou. O amor dele com a África do Sul durou um um ano e cinco meses e teve bons momentos, como o quarto lugar na Copa das Confederações, e crises como as oito derrotas nos últimos nove jogos, que decretaram o rompimento da relação.

- Mas joguei contra Brasil, Espanha, Alemanha... você queria o quê? - ressaltou Joel.

Entre as arrumações para a mudança para o Rio de Janeiro, o agora ex-técnico da África do Sul conversou com o GLOBOESPORTE.COM na recepção do apart hotel onde mora, em Joanesburgo. Falou sobre a demissão, as críticas que sofreu, o fim do sonho de disputar uma Copa do Mundo com a seleção anfitriã e sobre futebol brasileiro. Avisou que só deve voltar a trabalhar em janeiro, mas dois minutos depois já tinha mudado de ideia. Disse até que aceitaria entrar na reta final do Campeonato Brasileiro, mesmo se fosse para lutar contra o rebaixamento.

- Se a torcida comprar o barulho comigo, eu vou - brincou.

GLOBOESPORTE.COM: Qual é o seu sentimento por deixar a África do Sul a menos de um ano da Copa?
JOEL SANTANA: O futebol é como o amor. Se a mulher não te quer mais, você vai fazer o quê? Eu gostaria de continuar, mas não deu. Não fico chorando o leite que já caiu no chão, tenho que partir pra outra. Estou satisfeito, aliviado, tranquilo. Fiz tudo o que tinha que fazer aqui, não me arrependo de nada, e tenho certeza de que essa experiência vai me dar mais grandeza no futuro. Vou levar muito carinho do país e principalmente das pessoas. Vou lá na rua e todo mundo continua me tratando do mesmo jeito, com o mesmo respeito. A direção da Federação também me tratou muito bem, fez tudo direitinho, me convidou para vir à Copa... Eu disse a eles que se não estiver trabalhando até dou uma chegada aqui.

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